A Casa
A planta desta casa é em L, inserindo-se uma capela no extremo de uma das alas; existe ainda um outro corpo que serve de cavalariça, garagem e arrumações, formando juntamente com os outros dois corpos um terreiro no interior. A ala voltada a Norte é a mais rica, possuindo no seu piso térreo as estruturas mais antigas.
Através de uma escada em granito, acede-se ao piso superior, onde se desenvolve uma sucessão de salões decorados com um vasto recheio de elevada qualidade artística e com interessantes tetos em madeira do século XVII e XVIII. Salienta-se o mobiliário antigo, pratos, louças, pinturas e esculturas de enorme valor que existem e fazem parte da casa.A Casa da Quinta da Boavista impõe-se pela grandiosidade e sobriedade das linhas. Ostenta na fachada frontal o brasão dos Correias Montenegros, sendo este o único elemento decorativo.
Na capela reconstruída por volta de 1830, destaca-se o retábulo neoclássico, com uma pietá de madeira setecentista e com um pequeno retábulo colocado lateralmente e trazido de outra capela da família, este é recheado de esculturas e com uma imagem de São João.
Portão Armoriado, jardins e Fonte da Quinta da Boavista.
Os jardins desta Quinta envolvem a casa a norte e a poente, sendo ainda percetível o seu desenho original. O jardim ostenta sebes de luxo, fontes e lagos, destacando-se as árvores de grande porte. A forma como se acede à casa é através de um caminho reto definido por dois muros com pérgula que desemboca num terreno envolvido pela casa, pontuado por árvores e outros elementos decorativos, onde se consegue perceber que nada aqui foi feito ao acaso.
Um elemento deveras importante neste jardim é a fonte que se ergue na zona central do jardim de buxo. Esse fontenário do século XII é original do Mosteiro de Pombeiro, onde estava instalado no claustro deste mesmo mosteiro. Após a extinção do mosteiro, o fontenário foi vendido ao Conde de Castelo de Paiva. O seu transporte foi feito em Maio de 1896 em nove carros de bois.
O fontenário tem altura de onze metros e apresenta um largo tanque. A estrutura vertical trabalhada tem duas taças onde os motivos que decoram estas são elementos vegetalistas.
Além destes grandiosos jardins, a entrada desta Quinta está adornada por um portão armoriado, e diz-se portão armoriado porque apresenta um brasão de armas. Este brasão é pertencente às famílias do Conde de Castelo de Paiva. O brasão representa os Pintos, Vasconcelos, Mirandas e Montenegros, com o diadema de conde. Este portal apresenta um portão em madeira almofadada com bandeira superior. A construção deste portão data do século XIX, e está inserido num muro que cerca a quinta.