Apesar forte intempérie que fez sentir no fim de semana, o II Festival da Lampreia de Castelo de Paiva traduziu-se num sucesso e arrastou apreciadores à requalificada zona ribeirinha de Boure / Sardoura, junto ao Rio Douro, onde a Câmara Municipal de Castelo de Paiva promoveu um evento gastronómico orientado para a degustação desta iguaria da cozinha regional, tão presente neste concelho duriense e uma das mais emblemáticas da tradição culinária portuguesa.
Com este evento promocional, realizado numa tenda gigante aquecida, instalada junto ao rio, a autarquia paivense pretendeu que a iniciativa possa ganhar potencial e ser uma referência em termos turísticos, aproveitando o facto da lampreia continuar a ser uma iguaria apetecível, com forte tradição no concelho e que motiva sempre a visita de muitos apreciadores ao território, tendo sido garantida a participação de três restaurantes locais, nomeadamente a Casa do Zé, O Pinhal e o Toca da Raposa.
Como prato sazonal, a lampreia à mesa com arroz ou à bordalesa foi o mote desta segunda edição do festival, concretizando -se uma excelente jornada gastronómica que cativou apreciadores e que contou com um programa de animação musical nos dois dias do certame, protagonizado pela actuação de orquestras típicas, grupos de concertinas e animação de rua, num espaço onde tambem os visitantes e apreciadores tiveram a oportunidade de conhecer algum artesanato local e outros produtos endógeneos e encontrar vendedores de lampreia nas imediações do festival.
Na cerimónia de abertura, onde marcou presença Jorge Magalhães, vice-presidente do Turismo do Porto e Norte, entre autarcas locais, convidados e dirigentes escolares e associativos, o presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria de Sardoura, Ricardo Cardoso, louvou o município por esta aposta e enalteceu a iniciativa, que considerou ser uma mais valia para a dinâmica turistica que se deseja para o concelho, referindo que, importa cativar gente e atrair investidores, mostrando-se feliz pela bonita obra concretizada no Cais de Boure, que vem criar outra atractividade nesta zona do municipio, destacando que, em colaboração com a Câmara Municipal, quer valorização ainda mais este espaço ribeirinho, por forma a ser um local emblematic da freguesia e do concelho.
Pelo seu lado a Vereadora do Turismo, Paulo Melo, também se mostrou agradada que a edilidade paivense tenha mantido a realização deste certame, orientado para a tipicidade de uma iguaria gastronómica muito apreciada no concelho, e considerou que a iniciativa deve ser assumida como um ponto de partida para consolidar um evento que tem tudo para dar certo, ter sucesso e ser uma referência gastronomica regional, referindo-se a outros eventos que estão a ser planeados e lembrando depois, a ligação de Castelo de Paiva ao Douro, evidenciando a vertente turística e o potencial que tem de ser aproveitado, agora que a CM de Castelo de Paiva tem projectos notáveis para desenvolver e dar vida nova às zonas ribeirinhas do Douro.
Na sua intervenção, o edil paivense insistiu que o Festival da Lampreia é um desafio para agarrar com perspectiva de futuro, sendo uma iniciativa gizada para " promover esta iguaria da gastronomia local e os excelentes vinhos verdes, pois somos uma região com tradições, até porque, o produto gastronomia e vinhos é extremamente importante para a divulgação do que melhor temos em Castelo de Paiva e a lampreia é um bom exemplo disso “, recordando a título de exemplo que, no âmbito dos Fins de Semana Gastronómicos, iniciativa promovida pelo Turismo do Porto e Norte de Portugal, o município já contempla uma jornada dedicada aos apreciadores deste ciclóstomo, para além de concretizadas acções de promoção e divulgação no âmbito das presenças de Castelo de Paiva em acções importantes como a BTL e no Porto.
O presidente Gonçalo Rocha evidenciou que o festival da lampreia se realiza no contexto de uma “estratégia de afirmação territorial” definida para o concelho, que passa por potenciar o Douro e outros recursos naturais, como as serras e o Rio Paiva, enquadrado perspectiva turística, sendo que, a gastronomia local, na qual se destaca a lampreia, e os excelentes vinho verde produzidos no concelho, são outros elementos de atractividade que importa promover cada vez mais.
“ Iniciativas como esta são importantes para ajudar a alavancar a economia do concelho e, por isso, desejamos que possam comprovar e sentir este valor gastronómico, enquanto marca identitária e cultural, pois é fundamental para promover o território e potenciar o desenvolvimento local, sendo que, este apelo gastronómico, também é uma oportunidade para mostrar o património cultural desta terra ”, evidenciou na sua intervenção o autarca paivense, destacando a oportunidade única deste evento, permitindo degustar lampreia a preço justo, associada aos melhores vinhos verdes desta Sub Região de Paiva.
O responsável municipal recordou, a propósito, vários investimentos importantes que estão a ser realizados junto ao Rio Douro, nomeadamente um passadiço de madeira na frente ribeirinha, infraestruturas de acostagem de embarcações turísticas e zonas de lazer, numa estratégia vincada para dotar o concelho de excelentes condições de atractividade para todos os visitantes que queiram desfrutar as “características naturais ímpares” de um território marcado pela beleza paisagística, aproveitando para exortar os agentes privados do concelho para aproveitarem os recursos financeiros que existem actualmente ao nível dos fundos comunitários para apostar em projectos turísticos que possam potenciar as riquezas naturais do concelho e que fortaleçam esta aposta estratégica Viver Payva Douro desenvolvida pelo município.
Gonçalo Rocha ainda teve tempo para abordar a Casa de Payva, não apenas como uma marca, mas sim como um símbolo de promoção do território, apelando a que todos os paivenses e agentes económicos se possam envolver neste projecto de afirmação do território, recordando depois o trabalho da APDL, entidade parceira nas grandes obras já concretizadas nas zonas ribeirinhas de Midões / Raiva e Boure/Sardoura, considerando estas obras fundamentais para dar grandeza e projecção ao grande projecto Viver Payva Douro, e mostrando satisfação que a empreitada da requalificação do Choupal em Pedorido esteja a avançar rápidamente, e aquela zona ribeirinha com um bonito enquadramento paisagistico, seja também uma mais valia para esta estratégia da grande aposta no Turismo da natureza, priviligiando as zonas ribeirinhas do Douro.
Apontado para a importância do Rio Douro como factor de dimensão turística, o vice-presidente do Turismo do Porto e Norte referiu o Festival da Lampreia de Castelo de Paiva como um bom exemplo de um município que aposta nas “condições naturais de óptima qualidade” para atrair mais visitantes, considerando que este concelho ribeirinho tem condições endémicas tremendas, uma verdadeira pérola para continuar a trabalhar, associando-se ao momento determinante de afirmação nacional e internacional que se está a viver no turismo em Portugal.
Jorge Magalhães deu boa nota ao trabalho que Castelo de Paiva está a realizar no âmbito da promoção turística do seu território, recordando que, se a cidade do Porto é a grande porta da entrada da região, os concelhos de periferia, como Castelo de Paiva, podem ter “um papel importante” para diversificar a oferta junto dos milhares de turistas que visitam regularmente o Porto, mas pretendem prolongar a sua estadia na região, “aproveitando a estrada fluvial que é o Douro”.
O programa do Festival da Lampreia, que registou boa adesão nas jornadas gastronómicas, contou com a presença do grupo Postas de Bacalhau, na jornada de abertura, seguindo-se a meio da tarde uma apresentação de vinhos verdes de Castelo de Paiva, com a presença de produtores locais, e outros produtos endógenos, sendo que, a animação da noite contou com a participação da Orquestra Típica Os Finfas de Nespereira, que apesar do tempo pouco convidativo, proporcionaram um excelente espectáculo para um pezinho de dança.
No Domingo, o festival arrancou com as Jornadas Gastronómicas, seguindo-se com a apresentação dos vinhos verdes e produtos tradicionais das terras de Paiva, traduzida na aposta de divulgação da Casa de Payva, que marcou presence durante o certame, continuando a animação durante a tarde com o grupo de musical “ Duo HD “, sendo que, para o presidente Gonçalo Rocha, apesar da instabilidade climatérica que se fez sentir e que prejudicou muito a iniciativa, o balanco é positivo e garante a continuidade do evento.