C. Municipal quer apostar na requalificação da Casa da Boavista

O Director Regional da Cultura do Norte, António Ponte, esteve ontem em Castelo de Paiva, tendo protagonizado uma visita de trabalho à Casa da Boavista, a fim de conhecer “ in loco “ este património cultural de grande interesse para o município paivense, que deseja ver concretizada a breve prazo, a requalificação, valorização e promoção deste importante património classificado


qui 28 abr, Informação Oficial

Recebidos pelo usufrutuário Viriato Soares de Almeida, o presidente da edilidade Gonçalo Rocha e o Vereador da Cultura, José Manuel Carvalho, acompanharam o responsável da Cultura na Região Norte, neste contacto directo com o património edificado da Casa da Boavista, outrora residência do Conde de Castelo de Paiva, e ficaram a conhecer o avançado estado de degradação em que se encontra este imóvel classificado, em virtude de não se registar qualquer obra de conservação há vários anos, podendo avaliar também, a importância de preservar de forma adequada, muito do valioso espólio que este solar do século XVII ainda acolhe, tudo isto integrado num espaço privilegiado no centro da urbe, com mais de 10 hectares de área.
Para o autarca de Castelo de Paiva é urgente encontrar – se uma solução entre as partes, envolvendo o actual usufrutuário e a raíz, que pertence ao Município, na perspectiva de salvaguardar este importante património cultural, classificado como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto lei Nº 129/77 de 29 de Setembro, sugerindo num modelo de gestão sustentado, que possa potenciar uma mais valia para o concelho, para a cultura e para o turismo local.
Recorde-se que esta era a residência do Conde de Castelo de Paiva, integrada numa quinta com amplos e frondosos jardins, cavalariças, garagens e área de arrumações. A casa central apresenta alçados com cunhais boleados seiscentistas, e no segundo piso, tetos de madeira atribuídos aos séculos XVII e XVIII, ficando o conjunto completo com uma capela, consagrada a Santo António, no interior da qual se pode admirar um altar de talha, já bastante degradado, tal como muitas outras peças de arte sacra que ali estão depositadas.
A intervenção e o enquadramento para o financiamento para esta requalificação do imóvel e espaços envolventes, estão a ser trabalhados pela Câmara Municipal de Castelo de Paiva, através do "PO Norte 2020 “ – Património Cultural e o edil paivense Gonçalo Rocha, refere que só recorrendo a Fundos Comunitários será possível criar condições de resolver este assunto, até porque, mais do que nunca, o usufruto da Quinta da Boavista também tem que ser tratado, sendo que, salienta o autarca, “ todos sabem quantos anos tem este processo, conhecem a sua complexidade, mas é possível avançar neste projecto de requalificação e valorização, continuando o trabalho que se está a fazer, agora que há possibilidades neste novo quadro comunitário, que devem ser aproveitadas “, evidenciando depois a colaboração e disponibilidade da Direcção da Cultura do Norte, para ajudar neste propósito.
Os sectores cultural e criativo, numa lógica de crescimento inteligente, inclusivo e sustentável, constituem vectores importantes da estratégia Europa 2020, os quais por sua vez se desdobram em acções como reconhecimento, requalificação, valorização, mediação e promoção do património cultural material e imaterial, dinamização de Redes e Rotas, museologia e indústrias criativas.
Assim sendo, e atendendo a que o Acordo de Parceria e os Programas Operacionais do Portugal 2020 condicionam os sectores indicados a um mapeamento das necessidades de intervenção e das infra-estruturas passíveis de enquadramento nos Pactos para o desenvolvimento e coesão, identificam-se agora as prioridades que o Município de Castelo de Paiva quer desenvolver no âmbito deste projecto:

Requalificação, valorização e promoção do património classificado :
1- Recuperação e valorização do edificado da Quinta da Boavista enquanto monumento classificado, potenciando a criação da Casa-Museu:
a) Inventariação e restauro/conservação de todo o espólio/acervo existente (custo estimado 100.000 €);
b) Elaboração do Programa Museológico a apresentar na Rede Portuguesa de Museus (custo estimado 50.000 €);
c) Recuperação/conservação do Solar da Boavista e Capela anexa (interior e exterior) (custo estimado 400.000 €)
d) Recuperação/conservação da Fonte da Quinta de Boavista, do séc. XIII (custo estimado 75.000 €)
e) Recuperação das áreas envolventes, nomeadamente os jardins de bucho, para fruição pública (custo estimado 50.000 €)

2- Recuperação e valorização das infra-estruturas associadas à Casa da Boavista, com sinalética e circuito de visita:
a) recuperação da Adega, à saída da Quinta da Boavista e valorização da área envolvente – desmatação, limpeza, alvenarias, etc. (custo estimado 100.000 €);
b) recuperação do Solar de Gondim e valorização da área envolvente - desmatação, limpeza, alvenarias, etc. (custo estimado 100.000 €)
c) recuperação da Casa da Torre e valorização da área envolvente - desmatação, limpeza, alvenarias, etc. (custo estimado 100.000 €)
d) recuperação do Portal da Serrada e valorização da área envolvente - desmatação, limpeza, alvenarias, etc. (custo estimado 100.000 €)
e) recuperação da Capela de Vegide e valorização da área envolvente - desmatação, limpeza, alvenarias, etc. (custo estimado 100.000 €)"

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