O Director-Geral do Instituto para a Promoção das Pequenas e Médias Empresas de Moçambique (IPEME) destacou na passada sexta feira, durante a visita realizada a Castelo de Paiva, que o seu país está empenhado na atracção de empresas portuguesas para parcerias com o tecido económico moçambicano e que existe total abertura para receber investidores nacionais em áreas estratégicas, que possam ajudar a fazer crescer o sector empresarial desta ex-colónia portuguesa.
Na sua intervenção, na cerimonia de recepção, realizada nos Paços do Concelho da edilidade paivense, Claire Mateus Zimba, evidenciou que, “ importa ver como é que podemos, cada vez mais, ter essa presença empresarial, combinada com a nacional, para dinamizar ainda mais o esforço de crescimento da nossa economia ”.
Claire Mateus Zimba insistiu ainda, que esta visita à região do Tâmega e Sousa, enquadra-se numa estratégia para melhorar o clima de investimentos e fazer dela, uma oportunidade para o crescimento económico de Moçambique, assinalando também, haver mecanismos de apoio e cooperação entre os dois países que facilitam o investimento português.
O director-geral do IPEME protagonizou assim, um conjunto de visitas a várias empresas da região do Tâmega e Sousa, de vários sectores de actividade, tendo reunido com autarcas e empresários de calçado (Felgueiras) mobiliário (Paredes), metalomecânica (Amarante) mobiliário escolar e vinho verde (Castelo de Paiva) e extracção e transformação de granito (Marco de Canaveses).
Na reunião de trabalho realizada na Câmara Municipal, o edil paivense Gonçalo Rocha evidenciou a sua satisfação em receber a visita da comitiva moçambicana, lembrando o Acordo de Cooperação que Castelo de Paiva tem desde 2000 com o Município de Chibuto, em Moçambique, ao mesmo tempo destacou o interesse de se estabelecer parecerias e oportunidades de negócio com empresas paivenses eu querem alargar os seus horizontes de intervenção, referindo-se ainda às potencialidades que o concelho apresenta nas mais diversas áreas, enquanto o Vereador José Manuel Carvalho contextualizou a visita e referiu-se à dinâmica empresarial da Nautilus – Industria de Mobiliário Escolar e Adega Verde de Castelo de Paiva, as duas empresas que motivaram o interesse e a visita deste representante do Governo de Moçambique.
O responsável do IPEME referiu-se à localização geo -estratégica de Moçambique, à estabilidade macro-económica do país, à inclusão empresarial e à prioridade aos investidores portugueses, bem como aos principais procedimentos administrativos de licenciamento industrial e regras para a instalação de empresas, reiterando o interesse e a abertura para a concretização de parcerias e intenções de investimento naquele território africano.
Acesso à informação, identificação clara do perfil das empresas, localização exacta, facilitação na percepção de elementos ligados à criação empresarial, como legislação de tributação e licenciamento, são, avançou este representante governamental, alguns mecanismos facilitadores que o Governo de Moçambique proporciona a quem pretende investir.
Este responsável recordou ter sido reactivado o fundo empresarial de cooperação portuguesa, que reúne quatro bancos, para operacionalizar e garantir o crédito e bonificação de juros, com “soluções de financiamento adequadas para as parcerias entre moçambicanos e portugueses ”, sendo que Claire Mateus Zimba também declarou ver “o sector empresarial português com preponderância e capacidade para poder ajudar a fazer crescer o tecido empresarial de Moçambique”.
Admitindo ser grande, a margem de progressão do investimento português, o representante de Moçambique observou, porém, preferir nesse processo “um nível de inclusão que represente o esforço de cooperação que os dois governos têm estado a concentrar ”, até porque, para este responsável, há pequenas e médias empresas moçambicanas que têm a ganhar nas parcerias com o tecido empresarial do Tâmega e Sousa, ao nível do “conhecimento, aperfeiçoamento, especialização da mão-de-obra e tecnologias adequadas”.
Recorde-se que, o Governo de Moçambique, definiu como “áreas prioritárias na estratégia nacional de desenvolvimento” os sectores industrial, agro-indústria, logística, serviços e turismo.
Na visita realizada em Castelo de Paiva, a comitiva moçambicana, que esteve acompanhada do Vereador José Manuel Carvalho, do representante da Associação Comercial e Industrial de Castelo de Paiva, Arlindo Alves, dos responsáveis da Adega Verde de Castelo de Paiva / Caves Campelo, José Carlos Lima e Engº Victor Rodrigues, bem como outras entidades, estiveram de visita à fábrica da Nautilus, empresa de Mobiliário Escolar, onde foi recebida pelo director executivo Victor Barbosa, que teve a oportunidade de falar sobre as soluções inovadoras e de elevada qualidade em mobiliário escolar e em tecnologias de aprendizagem, que se traduz num notável sucesso empresarial, como empresa líder e referenciada no mercado europeu, que já valeram três prémios consecutivos Worlddidac, estando representada em diversos países, destacando a parceria já assumida com o Ministério de Educação de Moçambique, onde a Nautilus recentemente desenvolveu um trabalho notável equipando 220 escolas com estações interactivas Netboard e material informático, para além de mais de 4800 carteiras duplas distribuídas por estruturas escolares das diversas províncias de Moçambique.
Já nas instalações do Posto de Turismo, Claire Mateus Zimba teve a oportunidade de tomar contacto com a grandeza da exploração vitícola do concelho, as potencialidades únicas da Sub - Região de Paiva e trocar impressões com responsáveis pelo funcionamento da Adega Verde de Castelo de Paiva, apreciando alguns vinhos verdes de excelência produzidos no território paivense, nomeadamente o “ Foral de Paiva “, apresentado pelas Caves Campelo.